quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Que tal um peito de peru com presunto cru?

E lá se vão alguns mil anos, antes de Cristo, quando o solstício de inverno era celebrado no final de dezembro, com festividades que duravam dias, onde todos comiam, bebiam e se felicitavam. Gregos cultuavam Dionísio, egípcios, Osíris, persas e babilônicos celebravam Sacae, romanos festejavam Mitra – e, embora muito vagamente, quem sabe dessas festas pagãs venha a origem do Natal.

Com influência europeia, sobretudo portuguesa, a ceia brasileira   esta farta de estrangeirismos, a começar pelo peru. Consumido em comemorações astecas, por mãos espanholas chegou à Europa. Foi consagrado na Inglaterra, onde substituiu o cisne como ave de natal. Foi trazido para terras brasileiras pela família real portuguesa, em 1808, juntamente com as receitas de bacalhau com castanhas e de rabanada. 

O hábito de servi-lo no Natal é herança americana, inspirado no Dia de Ação de Graças, quando serviu-se, pela primeira vez, em 1621, um peru selvagem como prato principal, criado por índios americanos. Foi popularizado em terras brasileiras, no século 20.

Foto: Abril Imagens

Peito de peru com presunto cru, por Massimo Ferrari

Ingredientes
(6 pessoas)

800g de peito de peru
200g de presunto cru, fatiado
30g de manteiga
4 ovos
2 dentes de alho inteiros
1 copo de vinho branco seco, aproximadamente
2 colheres (sopa) de azeite extra virgem
1 raminho de alecrim picado
Sal e pimenta-do-reino moída na hora, a gosto
35 a 40 castanhas portuguesas picadas grosseiramente
Erva-doce a gosto ou louro, para cozinhar as castanhas
Alecrim a gosto, para salpicar e para a decoração

Preparo
Bata o peito de peru com um batedor de carne, até espalmá-lo e obter uma fatia larga e regular. Reserve.
Bata os ovos inteiros com um batedor. Junte o alecrim picado, o sal e a pimenta. Misture bem.
Em uma frigideira antiaderente, derreta metade da manteiga. Adicione os ovos batidos e vá mexendo até formar uma fritada homogênea e encorpada.
Vire-a na frigideira e cozinhe-a do outro lado.
Estenda sobre o peito de peru as fatias de presunto cru e, em cima, coloque a fritada.
Enrole a carne como se fosse um rocambole, aperte e amarre o rolo com um barbante, para não abrir.
Leve ao fogo uma caçarola larga, com a manteiga restante, o óleo e o alho.
Salpique um pouco de pimenta e sal na carne. Coloque-a na caçarola, em chama moderada, virando-a seguidamente.
Conserva-a no fogo por quinze minutos, ou até apresentar um dourado uniforme.
Leve-a então ao forno a 180ºC, com o suco que se desprendeu e cozinhe-a por aproximadamente 30 minutos.
Retire a carne e deixe-a repousar um pouco. Depois, desamarre-a e corte-a em fatias. Reserve.
Desprenda o fundo do cozimento com o vinho branco. Passe esse molho por um coador e reserve.
Cozinhe as castanhas com erva-doce ou louro. Tire a casca e a pele.

Montagem
Arrume as fatias de peru em uma travessa e decore com alecrim.
Sirva-as com um pouco de molho. Distribua as castanhas e salpique o alecrim.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Galeto al primo canto: fácil, fácil.

A passarinhada, tradição de alguns lugares do norte da Itália, chegou à Serra Gaúcha com os colonos italianos, quando ainda nem se falava de consciência ecológica. Por causa da pouca quantidade de pássaros encontrada na região, os imigrantes que chegavam resolveram substituí-los por franguinhos, abatidos com cerca de 25 dias, quando entoam o primeiro canto.

Foto: Gustavo Malheiros


Galeto al primo canto
6 porções

Ingredientes
6 galetos
2 cebolas
2 dentes de alho
3 xícaras de vinho branco ou cerveja
2 colheres (sopa) de salsa picada
2 colheres (sopa) de cebolinha picada
2 colheres (sopa) de sálvia picada
2 colheres (sopa) de orégano
Noz-moscada ralada a gosto
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo
Na véspera, prepare os galetos: tire a pele e corte-os ao meio, no sentido horizontal. Coloque-os numa travessa.
Bata os demais ingredientes no liquidificador até obter uma mistura homogênea. Despeche essa mistura sobre os galetos. Cubra-o com papel alumínio e deixe na geladeira para tomar gosto. Vez por outra, vire os galetinhos para que absorvam, por igual, o tempero.
No dia seguinte, leve os galetos à churrasqueira para assar, até a carne ficar macia e úmida por dentro e crocante por fora. Para evitar que ressequem, pincele sempre com o restante do tempero. Se preferir, leve ao forno quente por 45 minutos.
Sirva com polenta.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Tempo e Eu (e Você)


Câmara Cascudo é tema da mostra "O Tempo e Eu (e Você)" em cartaz no Museu da Língua Portuguesa.

Ingressos a R$ 6,00.
Praça da Luz, s/nº, Bom Retiro
3ª a domingo, das 10hs às 18hs.

Aos sábados, a entrada é franca.
Até 14 de fevereiro.

Fica a dica!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Já pra cozinha, meninos!!!

Prato típico espanhol, a paella é invenção masculina do século XVI. Quando saíam cedo para trabalhar, os camponeses da região de Valência tinham o hábito de levar um pequeno carregamento com azeite, sal, arroz, legumes e um utensílio redondo, raso e com alças, a paellera. Na hora do almoço, saíam para caçar lebre, pato ou animal que estivesse por perto, e colhiam laranjas - a madeira da árvore dessa fruta servia como lenha para o fogo. Misturavam tudo e estava pronto o prato que se adaptou de forma diferente em cada região. Surgiram, então, três variedades de paella: a valenciana, que mistura ave, porco, boi e mariscos; a mariñera, com peixes e frutos do mar; e a negra, com tinta de lula.  Eiste, ainda, uma versão que usa o macarrão quebradinho em vez de arroz, a fideuà. Hoje são mais de mil variações. A bem da verdade, cada espanhol tem uma receita de paella –  referem-se a ela como a la muy nuestra paella. Reza a tradição que sua preparação compete apenas ao homem - somente apenas aos filhos homens deve ser transmitido o conhecimento sobre esse prato.



Receita de dona Carmen Dominguez, do Don Curro
4 porções

Ingredientes
50 ml de azeite de oliva espanhol
5 colheres (sopa) de cebola picada
2 colheres (sopa) de alho picado
4 colheres (sopa) de cebolinha verde picada
10 colheres (sopa) de tomate cortado
4 coxas de frango cortadas em pedaços
500 g lula limpa e cortada em rodela
450 g de arroz
1 colher (sopa) de açafrão em pó
1 colher (sopa) de açafrão em rama
Caldo de crustáceos (veja a receita abaixo)
16 unidades de camarões médios com casca
16 unidades de mexilhões com casca bem lavados
2 lagostas de aproximadamente 500 g divididas em 2 cada uma (opcional)
Sal
150 g de ervilhas frescas (para decoração)
2 pimentões vermelhos pré-assados e sem pele, cortados em tiras (para a decoração)

Modo de preparo
Aqueça o azeite de oliva numa paellera.
Adicione a cebola e espere dourar. Junte o alho, a cebolinha verde, os tomates e refogue. Coloque o frango, deixe algum tempo e misture as lulas, o arroz, o açafrão em pó e em rama. Siga refogando, até obter uma cor uniforme. Adicione o caldo de crustáceos até encher a paellera e quando começar a ferver, junte os camarões, os pedaços de lagosta e os mexilhões, tudo com as cascas. Tempere com sal. Continue o cozimento e vá adicionando o caldo de peixe aos poucos, até o arroz chegar ao ponto desejado. Decore então a paellera com a lagosta, os camarões e os mexilhões do cozimento.
Complete a decoração com as ervilhas e as tiras de pimentões.
Dica: cubra bem com papel alumínio e deixe a paella descansar por cinco a dez minutos antes de servir.

Caldo de crustáceos
Ingredientes
500 g de cabeças de lagostas
300 g de cabeças de camarão
300 g de cabeças de lagostins
1 litro de água

Modo de preparar
Junte todos, leve ao fogo.
Espere abrir fervura e cozinhe por 10 minutos. Depois passe na peneira, deixe esfriar. Em seguira, está pronto para usar.
Dica: cuidado com o sal na hora de temperar a paella, já que as cabeças tem um sabor forte que fica no caldo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Virado à paulista, simples e gostoso!

Prato de bandeirantes e tropeiros que levavam em suas expedições, no lombo dos cavalos, um farnel contendo toucinho, carne de sol, feijão e farinha de milho. O balanço do galope acabava por misturar todos os ingredientes, daí o nome “virado”. A couve refogada, o ovo, a linguiça e o torresmo foram incorporados depois, nas cozinhas do interior paulista.


Foto: Gustavo Malheiros


Virado à paulista
4 porções

Ingredientes
4 ovos
4 gomos de linguiça
Para as bistecas de porco
4 bistecas
Sal e pimenta-do-reino
Suco de 1 limão
2 dentes de alho amassados
Óleo

Para o tutu de feijão
250g de toucinho defumado
1 cebola grande picada
2 dentes de alho amassados
1 folha de louro
3 xícaras de feijão-mulatinho cozido, com caldo
1 xícara de farinha de milho
Sal
Molho de pimenta a gosto

Para a couve
1 maço de couve
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 dente de alho picado
Sal

Modo de preparo
Tempere as bistecas com o sal, a pimenta-do-reino, o suco de limão e o alho e deixe descansar nesse tempero por duas horas.
Para fazer o tutu, pique o toucinho e frite em sua própria gordura até que dourem e fiquem crocantes. Retire os torresminhos e coloque-os para escorrer sobre papel absorvente. Na gordura que restou na panela, refogue a cebola, o alho e o louro.
Adicione o feijão com o caldo, e mexa com uma colher de pau. Tempere com sal e molho de pimenta. Acrescente a farinha de milho e continue mexendo para obter um tutu bem úmido. Desligue o fogo e reserve.
Numa frigideira, doure as bistecas em óleo bem quente. Retire e reserve. Frite a linguiça e os ovos. Reserve.
Lave bem a couve e, usando uma faca afiada, elimine os talos e pique as folhas bem fininhas. Numa panela, aqueça em fogo alto o azeite. Coloque o alho e junte a couve quando começar a dourar. Tempere com uma pitada de sal, dê uma mexidinha e pronto.
Arrume as bistecas no centro da travessa, disponha o tutu de feijão de um lado, espalhe os torresmos por cima e coloque a couve do outro. Ponha um ovo frito sobre cada bisteca e acrescente os gomos de linguiça. 
Sirva imediatamente.

Tem prato novo da Boa Lembrança


O litoral da capital pernambucana serviu de inspiração para 17º Prato da Boa Lembrança, do Oficina do Sabor. O Mar de Corais do Recife reúne camarões, polvo, lula e peixe refogados na manteiga de ervas. Como acompanhamentos, arroz cítrico e legumes cozidos arrematam a combinação.

O paredão de corais que circunda e protege o litoral recifense foi o mote necessário para a criação do novo prato. De acordo com César, a cidade, tão cantada e elogiada por quem conhece de perto, merecia essa homenagem, assim como os clientes que visitam o Estado e que sempre levam na memória saudades e sabores da terra. “Já tinha feito outros pratos em homenagem a Pernambuco e a Olinda, agora chegou a vez do Recife. Nada mais justo que revelar os sabores do nosso litoral, de forma refrescante e leve, assim como a nossa capital faz questão de ser”, explica o chef.


Onde: Restaurante Oficina do Sabor, 
         Rua do Amparo, 335, Cidade Alta, Olinda-PE, tel.: (81) 3429.3331